PÁSCOA

“Este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor: Nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.” Ex 12:14

    Neste Domingo celebramos a Páscoa; mas o que é Páscoa? A Páscoa foi uma celebração instituída por Deus na ocasião do livramento do povo de Israel do cativeiro egípcio. Antes do envio da décima praga, a morte dos primogênitos, Deus orienta ao povo para que passassem nos umbrais de suas portas, o sangue de um cordeiro porque naquela noite Ele enviaria o anjo da morte. A casa que estivesse marcada com este sinal seria livrada, ou seja, o anjo da morte passaria por cima. E este é o significado da palavra Páscoa no Hebraico, “Pessá”, “passar por cima”. A Páscoa é a primeira das festas do calendário judaico, e é celebrada por todas as famílias. Lembra aos judeus, o grande livramento que Deus dera ao seu povo. A ceia da Páscoa consta de um cordeiro que simboliza o sacrifício feito em resgate pelos primogênitos de Israel, ervas amargas que simbolizavam o sofrimento do povo enquanto viviam sob o cativeiro dos egípcios e pães asmos (ou ázimos), que eram pães sem fermento. Não haveria tempo para esperar até que a massa levedasse, por isso, o pão era sem fermento. Esta celebração mantem-se a mesma ao longo dos séculos pelos judeus.

    Esta Páscoa tem alguma coisa em comum com essa que celebramos hoje? É claro que não! Não celebramos a Páscoa como o fazem os judeus, e nem poderíamos. Esta é a festa de uma nação, de um povo. Para nós, cristãos, a Páscoa é o momento que deve nos trazer à memória o sofrimento de Jesus, nosso salvador. Como judeu que era, Jesus celebrava a Páscoa com os seus discípulos; era a noite em que ele seria preso, e julgado, e condenado. Foi nesta mesma celebração que Jesus instituiu o Memorial da Ceia. Por associação, então, a Páscoa é a nossa libertação do cativeiro do pecado.

    Por conta de muitas influências pagãs (pagão é quem adora outros deuses, e não o Deus da Bíblia.), alguns costumes foram acrescentados à celebração da Páscoa. Um destes costumes é a distribuição de ovos de chocolate e a associação destes ovos com um coelho. Todos nós sabemos que coelhos não põem ovos, então, por que essa associação? A razão é porque coelhos e ovos são os símbolos da fertilidade em algumas religiões pagãs.

    No início da expansão do Cristianismo, quando o Imperador Constantino tornou-se cristão, ele obrigou a todos os povos que viviam sob o poderio romano a tornarem-se cristãos também. Não haveria problema algum, se alguns dos seus costumes fossem trazidos para o Cristianismo. A época da Páscoa é a mesma da celebração de uma deusa chamada Ishtar (lê-se íchtar). Ela era a deusa da fertilidade; os novos cristãos não viram problema nenhum em continuar celebrando a fertilidade. O chocolate só veio no século vinte.

    Queridos, nossa Páscoa não precisa de chocolate, de ovo, nem de coelho. Nossa Páscoa é momento de agradecimento pela graça de Deus manifesta a nós por Jesus Cristo seu único Filho. Nossa Páscoa é liberdade, nossa Páscoa é a celebração da vida pela ressurreição de Jesus no primeiro dia da semana (Domingo).

    Não há problema algum em comermos chocolate, mas que não seja em forma de ovo! Que não seja na época da Páscoa! Vamos ensinar as nossas crianças o verdadeiro sentido da Páscoa. Particularmente, eu adoro chocolate, mas evito comê-lo na Páscoa. Vamos nos livrar do fermento do mundo. Fomos chamados para ser diferentes!

    Que esta Páscoa seja um momento especial em sua vida, em minha vida, enfim, em nossas vidas. Obrigado Senhor por Jesus ter sido oferecido em nosso lugar, obrigado Senhor pela certeza de nossa ressurreição; assim como Jesus vencemos a morte. Ela não nos manterá nos túmulos por muito tempo. Por isso, e não por causa do chocolate e do coelho, a nossa páscoa é sempre feliz. Amém.

    Hoje são  vinte e quatro de Abril de 2011, Jesus cristo ainda não voltou.

    Do seu irmão e amigo, Reverendo Pastor Ricardo dos Santos.